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heráldica surgiu durante as Cruzadas e rapidamente se espalhou por toda a Europa, basicamente fora utilizada para identificar os soldados em batalhas campais já que os soldados não podiam ser reconhecidos apenas por suas armaduras e/ou elmos.

Porém somente após o século XII começou a obedecer preceitos gerais no século XIII a heráldica tornou-se tão popular que passou a existir como uma ciência a parte, na verdade, a heráldica foi considerada como uma ciência e arte.

Os brasões não eram dados ao acesso para cada pessoa, inicialmente tiveram suas origens em atos de coragem e bravura efetuados por grandes cavaleiros, tendo sido uma forma de homenagear os lutadores e suas famílias, posteriormente, como era um forte ícone de status passou a ser conferido a famílias nobres a fim de identificar o grau social da mesma, em resumo, somente os heróis ou a nobreza possuíam tal ícone o poderia transmitir a seus descendentes.

palavra brasão vem do alemão arcaico Brazen e significa "tocar trombetas", de fato, os arautos antes de lerem os decretos tocavam trombetas com bandeirolas blasonadas para chamara atenção dos passantes.

Na idade média (476 - 1453), os heraldistas (heraldos) eram as pessoas que dirigiam os torneios e examinavam a qualidade dos cavaleiros que, por sua vez, usavam o brasão de armas no qual figuravam os símbolos de sua nobreza.

ortanto, o brasão era, para os antigos da Idade Média, a insígnia, a bandeira da família e, como tal, honrado e transmitido de pai para filho.

Na Inglaterra os heraldistas eram formados pelo Colégio de Armas (1484), já na Escócia pela Corte do Lord Lyon (1592).

Sendo a Heráldica (ou armaria ou parassematografia) a arte de formar e descrever o brasão de armas, que é um conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo de um escudo e/ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, país, estado, cidade, de um soberano, de uma família, de um indivíduo, de uma corporação ou associação.

heráldica principiou no século XII, quando iniciou-se a utilização dos símbolos pessoais e familiares, que são antiqüíssimos, dentro de escudos.

Ao ato de desenhar um brasão dá-se o nome de brasonar. Para termos a certeza de que os heraldistas, após a leitura das descrições, estão a brasonar correctamente, criando brasões precisos e semelhantes entre si, a arte de brasonar segue uma série de regras mais ou menos estritas. A primeira coisa que é descrita num escudo é o esmalte (cor) do campo (fundo); seguem-se a posição e esmaltes das diferentes figuras (objectos) existentes no escudo. Estas cargas são descritas de cima para baixo, e da direita (dextra) para a esquerda (sinistra). Na verdade, a dextra (do latim dextra, -æ, «direita») refere-se ao lado esquerdo do escudo, e a sinistra (do latim sinistra, -æ, «esquerda») ao lado direito, tal como este é visto pelo observador. A razão porque isto sucede prende-se com o facto de a descrição se referir ao ponto de vista do portador do escudo, e não do seu observador.

mbora a palavra escudo seja comumente utilizada para se referir ao brasão de armas no seu todo, na realidade, o escudo é apenas um dos elementos que compõem um brasão de armas. Numa descrição completa, o escudo pode ser acompanhado por outros elementos, como suportes, coronéis, listéis com motes (ou lemas).

No entanto, muitos escudos apresentam por vezes duas formas distintas: uma complexa, e outra simplificada, reduzida ao escudo propriamente dito (o que sucede por vezes quando há pouco espaço para inserir o brasão de armas maior). Inúmeros países apresentam assim as chamadas armas maiores e armas menores.

Regras de Heraldica
m geral o escudo tem o formato de um cálice, cuja proporção é de sete unidades de largura para oito de altura. Outras formas possíveis são a cabeça de cavalo, o luzeiro (escudo em formato de estrela, caso das armas nacionais do Brasil) e os escudos ovais.

Os escudos podem ser de oito cores, duas delas chamadas de metais (branco, chamado "prata", e amarelo, chamado "ouro"), e as demais chamadas de esmaltes, a saber: azul, chamado "blau"; vermelho, chamado "goles", verde, chamado "sinopla"; magenta, chamado "púrpura"; bege, chamado "carnação" e o preto, chamado "sable". Como regra geral não se sobrepõem metais a metais, nem esmaltes a esmaltes. Quando a sobreposição é necessária, diz-se que as cores são "cosidas" (ex.: escudo de ouro com uma cruz cosida de prata).

utro tipo de elemento utilizado na heráldica são as peles, que podem ser os arminhos, representado por várias mosquetas pretas em fundo branco, e os veiros, representados por vários heptágonos alternados em azul e branco. As peles podem se sobrepor a qualquer esmalte ou metal. Essas peles podem apresentar variações, como os "contra-veiros" e os "arminhos-d'ouro".

Partições de Escudo
• Cortado (dividido na horizontal)
• Partido (dividido na vertical)
• Talhado (dividido diagonalmente a partir do canto esquerdo)
• Fendido (dividido diagonalmente a partir do canto direito)
• Esquartelado (cortado e partido)
• Franchado (fendido e talhado)
• Gironado (esquartelado e franchado)
• Terciado (dividido em três partes).

Pode ser:
o Em pala (três partes verticais)
o Em faixa (três partes horizontais)
o Em banda (três partes, a do meio diagonal a partir do canto esquerdo)
o Em barra (três partes, a do meio diagonal a partir do canto direito)
o Em mantel


m elemento heráldico não pode ocupar duas partições simultaneamente. O listel, que contém o mote, geralmente é escrito em latim e, caso haja necessidade de colocar números, deve ser sempre em algarismos arábicos.

Na parte superior pode existir um elmo, podendo ou não conter paquifes (feixe de plumas coloridas). Tudo o que se coloca acima do elmo é chamado de timbre. Aos elementos colocados lateralmente ao escudo dá-se o nome de suportes. Certos brasões de nobreza, como os de reis, imperadores, príncipes e duques trazem como timbre sempre uma coroa acima do elmo, que pode assumir diferentes formatos de acordo com o grau do título de nobreza. Os brasões papais dispensam o elmo e usam como timbre a tiara papal, à exceção do brasão de Bento XVI que decidiu substituí-la por uma mitra de três faixas unidas pelo centro.

Cartório de Nobreza e Fidalguia
artório de Nobreza e Fidalguia era um serviço burocrático da Corte Brasileira. Estava subordinado à Mordomia da Casa Imperial, com origens que remontavam a uma determinação feita pelo Príncipe Regente D. João VI, logo que chegou ao Brasil, em 1808. Consistia no lançamento em um livro apropriado, do registro do teor dos decretos das titulações de nobreza feitas pelo Imperador. Ao funcionário encarregado do ato desses lançamentos -- geralmente o escrivão de perfilhamentos --, era dado o nome de Escrivão de Nobreza e Fidalguia, e era também da sua competência a expedição das Cartas de Nobreza e Fidalguia, documento que, assinado pelo Imperador e por um dos Ministros de Estado, certificava e comunicava a graça da mêrce ao recebedor.

Existiu também o cargo de Rei de Armas Principal, que tinha suas funções ligadas ao Cartório de Nobreza e Fidalguia. A ele estavam sujeitas as conferências dos pedidos de brasões, seus registros históricos e documentais, provas de veracidades genealógicas e o respeito das regras da Heráldica. Era esse quem desenhava as armas e expedia, assinando ele mesmo, as Cartas de Brasões. Geralmente belos documentos, caprichosamente caligrafados e artisticamente iluminados, em forma de folhetos encadernados ou diploma.

pesar de grande partes dos nobres brasileiros não terem ascendência nobre, muitos forjavam documentos que aferiam consangüinidade a casas ancestrais, razão pela qual um grande número de brasões brasileiros apresentam desenhos de famílias tradicionais portuguesas. Ainda assim, encontram-se vários exemplos de heráldica original, com desenhos inspirados na fauna, flora e tipos do país.

Foi escrivão de nobreza e fidalguia durante muitos anos Possidônio Carneiro da Fonseca Costa, que no fim da vida enlouqueceu. Morreu em 1854, aos 38 anos. Os livros e papéis que estavam em seu poder, que remontavam do período joanino ao Primeiro Reinado, estão desaparecidos.

Posteriormente foi nomeado como Rei de Armas Luís Aleixo Boulanger, reconhecido artista franco-português, professor imperial de caligrafia de D. Pedro II, de suas irmãs e de suas filhas. Boulanger, ao longo dos anos, tentou incansavelmente recuperar o teor das antigas cartas expedidas, razão de só existir, até o ano de 1872, um único livro sobre o período anterior à sua magistratura, que continha apenas 121 registros de títulos e brasões, especialmente os que constavam no chamado Livro VI do cartório. Uma cópia desses registros foi enviada ao visconde de Sanches de Baena. É com base nessa recolha de Boulanger, nos apontamentos do visconde de Sanches de Baena, e na documentação existente no Arquivo Nacional, que os barões de Vasconcelos iniciaram o seu Arquivo Nobiliárquico Brasileiro.

á que se salientar que diversos fatores contribuíram para que se adotassem para o desenho das armas da nobiliarquia brasileira elementos da heráldica francesa, como mesmo o formato padrão dos escudos: a influência dos ideais franceses à altura da Independência, a presença de renomados artistas neo-classicistas franceses, como Debret (idealizador das armas imperiais), e a administração de Boulanger no Cartório de Nobreza e Fidalguia.

A utilização de determinados símbolos e cores como forma de identificar indivíduos, famílias, tribos ou clãs é um fenômeno universal e com raízes remotíssimas. É impossível determinar com rigor quando teve início a prática de empregar símbolos como marcas de posse; ainda antes do seu aparecimento nos escudos, encontram-se emblemas proto-heráldicos em selos (de cera ou chumbo) e sinetes. A Heráldica é um aspecto particular desta tendência humana, que se tornou, na Idade Média europeia, num sistema com regras precisas e aplicação generalizada.

ão existe uniformidade de opiniões entre os historiadores sobre o momento em que se pode situar o nascimento da Heráldica. Durante muito tempo foi corrente relacionar-se o início do uso de emblemas de natureza heráldica no Ocidente com as Cruzadas, devido ao contacto com a cultura oriental. É um facto que a heráldica tem semelhanças com a simbologia árabe; por outro lado, os Cruzados empregavam a cruz, sob diversas formas, como forma de se reconhecerem, e a cruz é uma das peças heráldicas mais antigas; mas, para além de uma coincidência cronológica, não está provado que tenha sido com as Cruzadas que o mundo medieval adotou o sistema de identificação pessoal que se veio a tornar na Heráldica. Inclusivamente, os primeiros Cruzados já levavam consigo escudos pintados e emblemas heráldicos...

Guerreiro das cruzadas, na idade média. Note a simbologia usada no seu traje. Foi com a ajuda de cruzados do norte da Europa que D. Afonso Henrique, Rei de Portugal, tomou Lisboa aos Mouros em 1147.

Uma teoria recente (de meados deste século...) faz recuar as origens da Heráldica para a invasão árabe de 711. A comprovar-se, então a Heráldica teria nascido na Península Ibérica, o que explicaria a simplicidade e pureza heráldica de alguns dos brasões de armas mais antigos da Península (como, por exemplo, os escudos de Leão, Castela, Navarra e Aragão, e o escudo presumível de D. Afonso Henriques, as primeiras armas de Portugal).

eja como for, parece indiscutível que o uso organizado e codificado de símbolos heráldicos apenas se verificou a partir do século XII, como resultado da evolução de símbolos e marcas de posse muito mais antigas.

Mas a Heráldica não se pode dissociar dos cavaleiros medievais e, particularmente, da guerra e dos torneios.

O uso de armaduras completas e, muito particularmente, dos elmos que cobriam completamente o rosto tornou necessário um sistema de identificação claro e facilmente visível de longe. Um cavaleiro medieval dentro da sua armadura era virtualmente impossível de distinguir, no calor de uma batalha ou desde a bancada de um torneio, de qualquer outro com uma armadura semelhante; os reis e chefes militares eram difíceis de identificar e seguir; durante um combate, amigos e inimigos confundiam-se. Estes fatores levaram, desde meados do século XII, ao uso de emblemas pessoais pintados nos escudos e elmos e, por vezes, nas roupas do cavaleiro ou na cobertura da montada. Nos torneios, os elmos eram, quase sempre, encimados por uma figura em relevo (freqüentemente uma peça do escudo), o timbre, que mais facilitava a identificação dos contendores.

esta figura, à esquerda, vemos um confronto entre as forças do Rei da Inglaterra contra seus inimigos. Note o escudo real, de vermelho, com três leões dourados passantes e guardantes, em pala. Este símbolo foi usado pela primeira vez pelo rei Richard I e foi um dos vários símbolos da realeza britânica.

À direita, Pintura renascentista figurando Lord Edward de Longshanks o rei Edward I da Inglaterra. Este é o rei que derrotou Willian Wallace no levante da Escócia, representada no filme de Mel Gibson, "Braveheart".

O uso de escudos pintados com símbolos pessoais generaliza-se rapidamente, e é adaptado por toda a classe guerreira e, de uma forma geral, por toda a aristocracia (e mesmo por alguns municípios e corporações, que transpõem para selos os emblemas proto-heráldicos das bandeiras que empunhavam nas batalhas). Nesta fase, as armas de um cavaleiro representam-no a ele, individualmente, e, em certos casos, as terras que este possui e os seus laços de vassalagem. Não são, verdadeiramente, armas de família, nem se transmitem de pais para filhos. Cada novo cavaleiro assume as suas armas em função de diversos fatores, como a linhagem, o território, as relações familiares ou os compromissos feudais. Por vezes, até, um cavaleiro não usava sempre os mesmos emblemas pintados nos seus escudos ou paveses de combate.

ara evitar duplicações e confusões, os emblemas e cores do escudo são rigidamente codificados. O monarca chama a si o poder de conceder brasões de armas, como forma de recompensar os serviços dos seus cavaleiros, acompanhando normalmente a doação de senhorios ou terras; os arautos-de-armas, funcionários régios encarregados de coordenar o uso de emblemas heráldicos, criam regras de concepção de brasões com vista à sua fácil visualização e identificação. Daí o uso de cores contrastadas e de figuras simples, características da heráldica mais antiga.

Este sistema de identificação pessoal torna-se, a partir do século XII, hereditário e passa a representar uma família ou linhagem. Desde o século XIII, registra-se o uso de brasões de armas por parte de mulheres, o que comprova que os mesmos eram já verdadeiros emblemas pessoais, e não uma simples transposição das armas de combate dos cavaleiros.

ssim nasceu a Heráldica.

Curiosidade:

Na idade média surgiu um nome peculiar que pode dar mais significado ao conceito heráldico:
" Heraldo - Oficial que nos torneios de cavalaria e lutas que estava encarregado da execução e progressão do espetáculo, etiqueta e protocolo. Era ele quem apresentava os cavaleiros identificados pelos escudos. "


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